sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Era uma vez a vida...

Em tempos de fim de mundo, vamos falar não sobre teorias do apocalipse, mas sim relembrar histórias do início da vida.

Nos primórdios da vida, Deus criou Adão, o fez com barro e caprichou! Depois de todo o trabalho, arrancou-lhe uma de suas costelas, coitado, para criar Eva. Então ela mordeu... OPS! NÃO! Essa não é a origem da vida que vão lhe questionar na prova de biologia! Aqui, começamos a nossa história assim:

Há milhões e milhões de anos atrás, as pessoas acreditavam que toda a vida era obra de uma entidade, como um deus superpoderoso que soprava a vida nos seres. A ideia do CRIACIONISMO, que afirmava que os seres vivos só existiam a partir de uma intervenção divina, acalentou durante muito tempo os corações aflitos dos que buscavam uma resposta para o surgimento da vida. Entretanto, algum tempo depois, a teoria do criacionismo, amplamente mantida pela igreja, já não supria as indagações emergentes e ideias alternativas surgiram baseadas na observação de fenômenos naturais, tanto quanto permitiam os conhecimentos dos intelectuais da época. Ainda sob domínio religioso, uma ideia que ficou popular foi a de geração espontânea. Aristóteles elaborou a teoria conhecida como ABIOGÊNESE, uma nova e revolucionária teoria que prometia responder todas as questões. Só que não! Para a abiogênese, a vida seria resultado da ação de um princípio ativo sobre a matéria inanimada para torná-la animada, aquela velha história da camisa suja com um suco nutritivo que gerava ratos adultos, impossível de acontecer, mas era o que permitia o conhecimento da época. Não parecia mais uma releitura do criacionismo, onde se trocou o “sopro de vida” pelo “princípio ativo”? Não se sabe, suposições à parte, o que se sabe é que a ideia de geração espontânea perdurou até a era moderna e ganhou nova força com a invenção do microscópio, pois só ela parecia explicar a vida de microrganismos invisíveis a olho nu. Os famosos Needham e Spallanzani reavivaram a discussão, mas não chegaram a um consenso. Pasteur, definitivamente, pôs abaixo a ideia de geração espontânea. Com o experimento dos frascos com pescoços curvados, ele concluiu que todos os microrganismos se formavam a partir de qualquer tipo de molécula transportada pelo ar. Não havendo esse contato, seria impossível o surgimento de vida, pois a vida sempre devia surgir de outra vida preexistente, teoria conhecida como BIOGÊNESE.


Bom, mas se uma vida só surge de outra preexistente, como surgiu a primeira forma de vida? 

As conclusões de Pasteur quando associadas às ideias de Darwin fizeram emergir uma nova perspectiva de surgimento de vida na Terra sem ter que recorrer a eventos sobrenaturais(criacionismo) ou extraterrestres (teoria Cosmozóica).
A origem por evolução química é a mais aceita pela comunidade científica. Essa teoria propõe que a vida surgiu a partir do arranjo entre moléculas mais simples, aliadas a condições ambientais peculiares, formando moléculas cada vez mais complexas, até o surgimento de estruturas dotadas de metabolismo e capazes de se autoduplicar, dando origem aos primeiros seres vivos. Oparin, Haldane e Miller são os precursores dessa hipótese.

Já discutimos em outro momento as hipóteses autotrófica e heterotrófica de surgimento da vida na Terra, veja em:

Uffaaa, nesse momento, entender tudo o que é teoria e hipótese é mais importante para você, vestibulando ou futuro vestibulando, do que pensar em quais delas acreditar.  Não nos cabe aqui dizer o que é verdadeiro ou falso, e ainda falta muito que falar sobre isso, inclusive de novas teorias, mas se continuarmos com esse papo de Adão, Eva e coacervados não vai dar tempo de aproveitar o restinho do mundo, já que dizem que o fim do mundo tem data e hora marcada e está próximo.

Abç.
por Ayling Ng

Fontes:
www.brasilescola.com
www.sobiologia.com.br

www.usp.br/cbm/expovida/
www.bbc.co.uk/portuguese/ciencia/021204_marmtc.shtml