quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Erros sobre Evolução nos X-Men - Por favor Magneto, pare de culpar a evolução por seus problemas!


Em X-Men: First Class, o mais recente filme sobre os populares super-heróis dos quadrinhos, um dos personagens mutantes atende pelo apelido de Darwin, pois tem o poder de adaptação a qualquer ambiente. "Instantaneamente, Darwin se adapta a qualquer ameaça: se atirá-lo na água, ele criará brânquias; se acertá-lo com um taco sua pele se transformará em placas blindadas."

Opa, o Darwin do filme adquire características a partir do ambiente ao qual é exposto?




Vocês não acham que essa forma de evolução é mais ou menos o oposto do que Charles Darwin propôs em sua teoria da seleção natural, e que, o nome desse herói de veria ser Lamarck? Jean-Baptiste Lamarck defendia a hereditariedade dos caracteres adquiridos.

Essa apropriação indevida da identidade de Darwin é característica dos filmes dos X-Men, que costumam "torturar” as idéias-chave da biologia. Outro exemplo é que os mutantes dos filmes X-Men são sempre tratados como uma espécie distinta, mas a maioria deles aparentemente pode passar por humano e gerar filhos com eles. Esses fatos eliminam a possibilidade de que mutantes são uma espécie diferente.

Espécies reconhecíveis também costumam ter um fenótipo definível, ou conjunto de características físicas de destaque. Os mutantes X-Men, em contraste, são uma mistura louca de diversos tipos (Azazel?! Banshee! Vespa?!), que são, pelo menos, tão diferentes uns dos outros como do resto da humanidade.

Assim, ao contrário do filme dos heróis e vilões, os mutantes X-Men não são naturalmente uma nova espécie, apenas mais uma variante do Homo sapiens.



Sabemos que os filmes são feitos, naturalmente, para serem divertidos e não factuais. Em um filme sobre telepatas superpoderosos e a mudança de forma de uma mulher azul, obviamente o objetivo não é ser um documentário científico.

No entanto, vale a pena olhar para alguns erros do filme sobre evolução e especiação, pois podem reforçar alguns equívocos populares.

Adaptado de uol.com.br > Scientific American Brasil (notícias)


Por Ayling Ng